Aquele era o tempo...
E chove. Por entre as janelas um pouco antigas, gota a gota, anseio para que a água pare de correr. Faz-me lembrar todos os momentos que passámos juntos, aqueles em que fomos felizes...
Eu sentia-me a raínha do mundo. Ao teu lado, sentia que podia voar.Passeios pela chuva que nos tornavam ainda mais livres, ainda mais felizes.
Depois, o destino traíu-nos. Levou-te sem perguntar nada!... Aquele acidente levou a única pessoa que me fazia sorrir. Fiquei sozinha; sem amor, sem felicidade, sem ti.
E agora, como recomeçar?Como dar cada passo sabendo que não te terei lá para me dares a mão de cada vez que eu for tropeçar? E quem me irá dar confiança para eu arriscar a saltar cada pedra que me apareça pelo meio do caminho? Estou só...
Se perdi quem me fazia viver, qual é agora o motivo de continuar neste mundo tão superfluo, tão terrestre e tão pouco acolhedor.
Preciso que pare de chover. Precise que o Sol apareça. Que apareça um novo Sol para mim...