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Como uma menina assustada, tentava caminhar por aquelas ruas tão tristes e cinzentas. Não sabia par aonde ia ou com quem iria ter. Queria apenas caminhar até encontrar o meu rumo. Perdida, sem motivos para ficar.
Tinha sido traída. Tinha essa marca gravada não só no meu corpo, mas também, e principalmente, no coração. Doía pensar que alguém em quem depositáramos toda a confiança, a quem confiaríamos a própria vida, nos trai de uma maneira, fria e cruel, sem olhar para todos os momentos que tínhamos passado juntos.
Precisava urgentemente de respirar um novo ar. Um ar que não me recordasse o amargo sabor da traição. Longe de tudo e de todos, tinha de (re)viver.
Ontem, sentiria que estava insana e que precisava de ajuda. Hoje, tenho mesmo de o fazer.
O muro que tinha construído à volta do nosso casamento, tentando que nada o atravessasse ou tentasse quebrar, tinha-se desmoronado pró si só sem precisar de um empurrão forte.
Tudo tinha acabado. Até eu.