The stOry...and others...

Domingo, 18 de Outubro de 2009

A minha rua....

8:00.

Começa o burburinho. Começa o agitar das pessoas por entre estas ruas. Mas hoje, eu não faço parte dele. Fico à janela a observar. A tentar perceber a realidade que me rodeia. O mundo do qual faço parte mas a que não sinto pertencer.

A chuva começou a cair há pouco. E os guarda-chuvas dão um colorido fantástico à pequena rua à minha frente. As crianças são quem mais aprecia a água e saltam nas poças à revelia dos pais. Uma inocência bonita.

Vejo uma senhora à janela, tal como eu. Parece-me solitária. Parece-me triste. Mas ao olhar a alegria contagiante das crianças, o frenesim das pessoas a correr para a estação de comboio que é logo ali, fá-la sentir-se viva. Fá-la sentir-se neste mundo. E é tão bom ver esse espelho de felicidade no rosto dela. Um rosto marcado pelas muitas experiências que a vida lhe trouxe. Um rosto que olha para mim e sorri. E eu retribuo com um sorriso que espero que lhe pareça familiar.

Do outro lado da rua, vejo um sem-abrigo. A chuva dificulta-lhe (ainda mais) a vida. Os cartões onde se tem abrigado nas noites gélidas desta cidade, estão agora molhados; começam a desfazer-se à medida que a chuva se entranha neles. E ele não tem nenhuma expressão visível. Nem tristeza…Apenas um olhar vazio.

Desço as escadas, abro a porta do prédio e vou até ele. Chamo-o, peço-lhe delicadamente que venha comigo e levo-o até à entrada do prédio. Sorrio-lhe e ele percebe. Percebe que, pelo menos naquele dia, não apanhará chuva. E, pela primeira vez, ele sorri.

Subo as escadas e sorrio para comigo mesma. Afinal, a chuva deu-me um presente. Fez-me sentir bem. Fez-me sorrir. Fez-me viver.

publicado por Lara às 12:31
Sábado, 10 de Outubro de 2009

O meu sítio...

Um quarto. Diferente do que estava habituada. Diferente do que queria para mim. Mas meu.

Uma cama individual substitui agora a cama de casal a que sempre estive habituada. A televisão tem de ocupar algum espaço da secretária, para que a possa ter. O guarda-fatos tem de estar o mais organizado possível, para que caiba tudo. Um quarto frio.

Quis-lhe dar cor. Quis-lhe dar vida. E decidi mudá-lo.


Umas parteleiras em forma de cubo, 3 de tamanhos diferentes, enchem o quarto de alegria com o laranja que as caracteriza. As molduras por cima delas deixam-me matar as muitas saudades que tenho dele.

A cama está coberta por edredon azul mar, um azul forte que é contrastado pelas almofadas cor-de-rosa e laranjas que ali estão. Um contraste engraçado, dizem. Um quadro na parede ao lado da cama mostra todas as cores do arco-íris num enmaranhadod e abstrato.

Uma mini-estante de três prateleiras ao lado da secretária, onde estão depositados os cadernos e a maquilhagem, que não uso.

Um espelho pintado à mão pela mãe, com ondas com vários tons de azul em toda a sua volta. Único, portanto.

Uma janela fechada, em frente à cama e ao lado da secretária, coberta por um cortinado azul com pequenas costuras laranjas e rosas.

Um puff laranja entre a cama e o guarda-fatos. Um puff que me dá o sossego que preciso.

Um tapete azul e branco em frente à porta, e portanto ao lado da cama.


O meu quarto. Um novo quarto que aprendi a amar. Que aprendi a sentir falta.

Se podia viver sem ele? Podia...mas não era a mesma coisa!

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