Amar...
Quando amamos, sentimos conhecer um novo mundo.
Um mundo em que nos sentimos seguros, felizes e... acompanhados. Afastamos por completo a solidão da nossa vida e sorrimos perante uma vida melhor que teimava em não chegar.
Respiramos o mesmo ar um do outro, experimentamos a mesma panóplia de sentimentos e saboreamos os mesmos momentos, de mãos dadas.
Mas... e quando não é assim?
E quando a partilha não existe, quando as mãos dadas são uma irrealidade...quando em vez de um Nós existe um Tu e Eu? Será isso amor?
Pensei sempre que o amava. Senti sempre que era com ele que queria passar o resto da minha vida, que era com ele que queria desfrutar de todos os bons momentos e lutar contra os maus que viriam... Como estava enganada.
Agora, consigo ver isso. Consigo distinguir amor de paixão. Nunca soube verdadeiramente o que era amar de verdade, aquele amar em que daríamos a nossa vida por essa pessoa. Nunca tinha percebido isso até ter perdido a única pessoa que alguma vez tinha gostado verdadeiramente de mim. A única pessoa que me amara de verdade.
Seria agora tarde para lutar por ele? Teria perdido para sempre aquele que seria o grande amor da minha vida? Não sabia. Mas também nunca iria saber. Não tinha o direito de ir atrás dele, pedir-lhe o que quer que fosse, depois de tantos anos...
Afinal, anda era como nos contos de fadas: nem sempre tinha de haver uma bruxa má... e muito raramente eram felizes para sempre.